2007-04-21

18 anos

Pronto, já está. E ao contrário do que toda a gente dizia, custou como tudo fazer os 18 anos. Porque os 18 anos eram uma barreira invisível que estava dentro da minha cabeça, não só por significarem a maioridade, mas também porque sei que este ano a minha vida vai mudar por completo e depois de atravessada esta barreira e de tomadas todas as decisões, não há volta a dar... se correr mal, correu. Azar! Eu nunca me vi com 16 anos nem com 17, mas quando os fiz não custou, porque toda minha vida e toda a minha realidade continuava estável, nada tinha mudado verdadeiramente. Ao fazer 18 apercebo-me que passou, não só um ano mas sim três e que agora vou ter que tomar decisões que vão decidir o resto da minha vida, ou grande parte dela. Eu não digo isto só porque sim, ou só porque vou sair da escola secundária para ir para uma universidade, ou porque dizer isto seja um lugar comum, mas sim porque aquilo que ambiciono é muito maior que aquilo que me vejo a conseguir realizar. E não é só isso. Sinto, de todos os lados para onde me viro, uma falta de apoio extrema em relação a tudo aquilo que faço e decido sobre a minha vida futura. Todos os campos onde piso são terreno irregular e desconhecido e, como se não bastasse, ninguém quer saber, nem as pessoas que eu esperava que, pelo menos, me ouvissem, mesmo que não tivessem uma resposta a dar-me, nem um conselho. Simplesmente ninguém está interessado, mas acho que tornarmo-nos adultos é isso mesmo, é descobrir que cada um só olha para o próprio umbigo.
A juntar a este facto, o meu dia de anos foi horrivel, por todo o trabalho que tive por um Projecto que acabou por não me dar quase gozo nenhum, porque acabou por ser mais de outros do que meu, por estes se tentarem aproveitar dele para tirarem os louros e dar a cara sem terem feito quase nada para que ele se realizasse e sem perceberem que não deviam, enquanto professores, tirarem o protagonismo aos alunos que muito se esforçaram para que ele se realizasse. E também por grande parte da minha familia mais chegada (e quando digo grande parte e mais chegada, não estou a exagerar em nada) se ter esquecido que havia alguem na familia deles que fazia anos, custa sempre um bocado, depois de um dia de enorme trabalho e de um dia de anos que foi o pior de sempre, chegar a casa e não ter um único telefonema, mas mais uma vez, parece que tornarmo-nos adultos é isso mesmo!
Aos 18 anos, há uma música que me marca muito, nesta altura muito particular da minha vida e cuja letra não me sai da cabeça, porque realmente eu não sei se "estou longe do que fui, ou perto do que serei".


TURBILHÃO
Letra/Música - Tim




Longe de tudo o que fui
Mais longe do que serei
Sou levado por um rio
Do qual nem o nome sei

Longe de tudo o que fui
Liberto as minhas mãos
Ao largo, mais ao largo
Longe deste turbilhão

Toda a cidade tem luzes
Todas as casas alguém
Só eu no meio do rio
Nunca contei com ninguém

Não me lembro de ser menino
Eu que vivi sempre só
Eu que agora desisto
E me esqueço do que sou

A minha hora chegou
E ainda não sei
Se estou longe do que fui
Ou perto do que serei

Lá vem a última ponte
Passou o último rochedo
Na foz o corpo vai morto
Nunca mais sentirá medo

Longe de tudo o que foi
Mergulha no turbilhão
Largo, mais ao largo
Longe da solidão

A sua hora passou
E ele nunca saberá
Se está longe do que foi
Ou perto do que será

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